Um Mundo de Fantasias

por Dilvo Rodrigues

“O Sapo não lava o pé, não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer.” Nunca pensei que eu fosse ver uma galinha pintadinha cantando música sobre um sapo. Mas, no mundo da imaginação, leão pode latir feito cachorro e elefante mia feito gato. É possível até que o sapo entenda a língua da galinha, entenda a música e não goste nadinha dessa história de ter chulé. Ele se mandou depois que o ribeirão secou para mais tarde reaparecer como um bonito príncipe, ao lado de uma linda princesa. O munda dá voltas, não é verdade?

Um patinho feio e cinzento então nasce de uma ninhada de outros tantos. A mãe pata força o “bichin” a nadar, para ver se ele é mesmo um pato de pedigree. Não adiantou, o peru teve a audácia de dizer que o rebento era grande e sem graça. E a galinha, abobalhado. E olha que não há bicho com ar mais abobalhado que uma galinha, andando com aquele pescoço no ritmo de uma dança egípcia. E o patinho feio se sentia hostilizado, abandonou a família e resolveu assim cair na ciranda do mundo para se descobrir cisne. Os três porquinhos já estavam crescidinhos quando decidiram sair da casa da mamãe porquinha. Pelo menos cada uma já tinha condição de construir sua própria morada.

O Saci e seu redemoinho de vento. Ele não vira príncipe. Nem com beijo de Barbie. É claro, para se tornar príncipe é preciso ganhar beijo de Cinderela ou de uma princesa de um reino distante. Uma boneca luxuosa só tem encanto no mundo daqueles que não ousam fantasiar. Uma fera pode enamorar de uma linda princesa. Mas uma mulher não pode se apaixonar por um padre. A coitada foi amaldiçoada a se tornar uma mula sem cabeça e nas noites de quinta para sexta percorre sete cidades de galope. Numa outra estória, a lua sempre que desaparecia por detrás de um monte qualquer era para viver um bom romance com suas virgens prediletas. As que a bendita mais gostava eram transformadas em estrelas e iam parar no céu. Ao invés de termos mulas sem cabeça, poderíamos ter mais estrelas no céu ou nas águas. Não é mesmo, Vitória Régia!? Alice era uma menina de muita imaginação. Ela adormecia e logo começava suas andanças por outros mundos afora.

Uma princesa também muito bonita caiu nos feitiço de uma bruxa maldosa e passou bons tempos adormecida. Foi acordada por um príncipe, encantado pela beleza de sua expressão sonolenta. Quem diria e quem se apaixonaria por alguém a flor do sono? Parece ser uma outra estória de crescer o nariz do contador. Não seria de causa de espanto isso ser artimanha de algum gênio da lâmpada descuidado. É algo para se investigar. Mas, quem quer colocar a mão na toca do Coelho? É preciso ter coragem para se aventurar no escuro assim. É preciso ter coragem para sonhar um mundo de maravilhas. Fada azul, se aparecer hoje transforme meu lugar em um mundo de fantasias!?

4 comentários sobre “Um Mundo de Fantasias

  1. Excelente crônica Dilvo, adorei relembrar histórias ou estórias, infantis. Aprendi, creio, q estória é ficcão e história é de verdade. Esta do saci não virar príncipe nem com beijo de Barbie, é ótimo, rs. Parabéns Dilvo, por fazer bom uso do dom que DEUS lhe deu !!

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