Por Dilvo Rodrigues
Um relógio está posicionado bem abaixo da TV presa em um suporte na parede, a uns dois metros do chão. A cama fica bem em frente aos dois, de modo que se o sujeito olhar um pouco para cima, ele acompanha o que passa na telinha. Se levar o queixo levemente em direção ao peito, assiste as horas passarem. O tic tac é presença constante nos ouvidos. Ora ofuscado pelo som das vozes dos apresentadores dos jornais, ora abafado pelas vozes dos visitantes, ora esquecido por um gemido de dor. Mas, quando a dor passa, o tic tac volta como querendo refrescar nossa memória. Parece que tudo em um hospital funciona em relação ao tempo. E ele faz questão de se mostrar, das maneiras mais diversas.
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